Meu corpo é um campo de batalha mas eu tenho outras formas de ganhar essa guerra

Essa obra-jogo nasceu do meu processo de me entender
enquanto uma pessoa não-binária, e do meu contínuo processo
de entender o meu corpo como uma série de atravessamentos
simultâneos - memórias, histórias, situações e imaginários - vivos
e em constante mudança, e sobre os quais eu tenho agência.
Falar sobre corpo, valorizando narrativas pessoais e
entendendo sua ligação com processos históricos, traumas e
movimentos coletivos, é uma prática urgente, e que é essencial
neste momento em que nos deparamos com uma onda de
conservadorismo e repressão. Esta é uma obra aberta, um
disparador, um convite e uma experiência, que propõe novos
fluxos e formas de se habitar o espaço expositivo. Nela, não
existe uma única ótica, uma única perspectiva ou narrativa. O
que busco é exatamente o oposto, as infinitas combinações,
entre temas, corpos e vivências que são convidados a estar, a
potência do acaso no tirar de cartas, a generosidade possível
de se encontrar entre aqueles que se dispõem a jogar, e a
possibilidade de se perceber e elaborar novas narrativas.